Bem, ele começou meio distraído, disfarçado.
A cada dia mais e mais ingênuo; até que um dia ele percebeu que assim não estava certo.
Qual era sua tarefa? O que esperavam dele?
Fazer as folhas caírem já não era o suficiente.
Resolveu inovar, mas pegou todos de surpresa.
Cansado de ver tantas pernas e braços de fora dentre a noite, quis chamar a atenção.
Quis ventar, e ventou.
Forte.
Sacudiu tudo: folhas e flores, penas, e asas, pernas e saias, cabelos e barbas.
Silenciou.
Aproximou braços e abraços. E esquentou de dentro pra fora.
Amor, carinho, cobertor, travesseiro. Filme, pipoca, preguiça.
Ah, a preguiça!
E o vento continuou, sacudiu; algumas vezes, até choveu.
Nuvens fracas pelo céu se dispersaram.
Ventou mais.
E o sol? Frio, fraco. Tinha luz e energia mas se acanhou.
Não era sua vez de aparecer. Sem egoismo, foi se escondendo dos olhares.
E o outono reinou, em seu estado pleno e absoluto.
Outono das mudanças, de cair, reciclar.
Transformou e amadureceu.
Aprendeu seu lugar e não abriu mão.
Ficou enquanto pôde e deixou saudade... ôh, saudade!
Volte logo!
Brenda Monize
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